segunda-feira, 25 de outubro de 2010

As religiões respeitam a liberdade de expressão?


O que estamos assistindo nos últimos anos, para surpresa de muitos analistas, é o retorno da fé religiosa como vetor e fator político de suma importância em todo o mundo, a ponto de inverter conceitos fundamentais da liberdade individual em países que sempre estiveram na vanguarda neste campo, como a Holanda que agora leva às barras do tribunal um homem que apenas expressa sua opinião, com grande conhecimento de causa, diga-se de passagem.

As religiões “constituídas” (o que será isto?), não importa quais sejam, na verdade continuam a se imiscuir na vida política dos países, embora não explicitamente mencionadas na lei. Sabemos que proíbem aborto, eutanásia, casamentos de pessoas do mesmo sexo e outras coisas, aqui e em outros países. Símbolos religiosos ofendem os “crentes” de outras religiões e hoje são motivo para ações nas cortes de justiça.

Aqui mesmo no Brasil, as leis punem quem se comporta com preconceito religioso, já que a Constituição garante a liberdade de crença. E, pergunto eu, de que religião fala nossa Carta Magna? E se eu começar a crer, como dizia Mencken, em Osíris, Amon-Ra e Isís ou para pegar outro grupo em Odim, Thor e toda a “mitologia” nórdica (claro, mitologia para quem não crê) e organizar uma igreja, você que está lendo e começa a sorrir não estará me ofendendo e passível, portanto de um processo?

O que Wilders diz é que o Islã, mais do que uma religião é uma ideologia, já que pretende reger toda a vida do fiel, do crente, pois estabelece regras e promessas para tudo, do momento em que nasce até depois de sua morte (o tal paraíso muçulmano), do vestuário à alimentação, pretendendo a conquista do mundo, e aí o ponto chave de toda a sua argumentação, uma vez que não admite a islamização de seu país que está acontecendo a olhos vistos.

Basta ler o Corão para ver que Geert Wilders tem razão. O que está em julgamento é a liberdade de expressão, é o futuro da Europa.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Ideologia: o que é?


Ideologia é um termo que possui diferentes significados e duas concepções: a neutra e a crítica. No senso comum o termo ideologia é sinônimo ao termo ideário (em português), contendo o sentido neutro de conjunto de ideias, de pensamentos, de doutrinas ou de visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo, orientado para suas ações sociais e, principalmente, políticas. Para autores que utilizam o termo sob uma concepção crítica, ideologia pode ser considerado um instrumento de dominação que age por meio de convencimento (persuasão ou dissuasão, mas não por meio da força física) de forma prescritiva, alienando a consciência humana.

Para alguns, como Karl Marx, a ideologia age mascarando a realidade. Os pensadores adeptos da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação que mascara um objeto, mostrando apenas sua aparência e escondendo suas demais qualidades. Já o sociólogo contemporâneo John B. Thompson também oferece uma formulação crítica ao termo ideologia, derivada daquela oferecida por Marx, mas que lhe retira o caráter de ilusão (da realidade) ou de falsa consciência, e concentra-se no aspecto das relações de dominação.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Morro Velho - Milton Nascimento


No sertão da minha terra, fazenda é o camarada que ao chão se deu
Fez a obrigação com força, parece até que tudo aquilo ali é seu
Só poder sentar no morro e ver tudo verdinho, lindo a crescer
Orgulhoso camarada, de viola em vez de enxada

Filho do branco e do preto, correndo pela estrada atrás de passarinho
Pela plantação adentro, crescendo os dois meninos, sempre pequeninos
Peixe bom dá no riacho de água tão limpinha, dá pro fundo ver
Orgulhoso camarada, conta histórias prá moçada

Filho do senhor vai embora, tempo de estudos na cidade grande
Parte, tem os olhos tristes, deixando o companheiro na estação distante
Não esqueça, amigo, eu vou voltar, some longe o trenzinho ao deus-dará

Quando volta já é outro, trouxe até sinhá mocinha prá apresentar
Linda como a luz da lua que em lugar nenhum rebrilha como lá
Já tem nome de doutor, e agora na fazenda é quem vai mandar
E seu velho camarada, já não brinca, mas trabalha.





A)As crianças tem uma consciencia limpa, sem influência da sociedade, portanto elas não levam em conta cor, classe social e religião.

B)As pessoas ao envelhecerem e conseguirem alguma posição na sociedade, buscam sempre pessoas de mesmo nível social e estão ligadas a preceitos socias que levam a um preconceito mesmo sem saber

Marx - O papel da estrutura econômica na transformação da sociedade.


Para Marx, o "motor" das transformações históricas são as mudanças primeiramente nas bases econômicas de determinada sociedade. Segundo esse pensador, a superestrutura está grandemente subordinada ás bases economicas, portanto, as mudanças que se operem nessas bases, refletiram ideologicamente na sociedade civil. Por exemplo, quando a burguesia figurava uma classe revolucionária contra o poder aristocrático feudal e a dominação ideológica da Igreja Católica, foi necessária uma mudança no modo de produção feudal, que refletia toda aquela ideologia, para que os mercadores pudessem enriquecer e vender suas mercadorias até que se firmassem como classe. Segundo as teorias de Marx, não existe revolução se os modos de produção não forem bruscamente modificados, portanto, o papel da estrutura economia é de importancia capital para a transformação da sociedade.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Dr. Stuart Hart - Empresas globais e sustentáveis


Stuart Hart é uma das maiores autoridades mundiais no efeito das estratégias empresariais sobre o meio ambiente e pobreza. Ele é o Presidente e fundador do Centro das Empresas Globais Sustentáveis da S.C. Johnson na Universidade de Cornell, e Professor de Administração da Escola de Administração da mesma Universidade.


Antes de participar de Cornell, em 2003, ele foi Professor emérito de Administração de Empresas Sustentáveis da Universidade Hans Zulliger e Professor de Gerenciamento Estratégico da Escola de Administração Kenan-Flager da Universidade da Carolina do Norte, onde fundou o Centro de Empresas Sustentáveis e o Laboratório de Aprendizado da Base da Pirâmide. Anteriormente. ensinou Estratégia Corporativa na Escola de Negócios Ross da Universidade de Michigan e foi o Diretor-Fundador do Programa de Gerenciamento Corporativo do Meio Ambiente (CEMP), uma iniciativa conjunta da Escola de Administração da Universidade de Michigan e da Escola de Recursos Naturais e Meio Ambiente (atualmente Programa de Mestrado Duplo do Instituto Erb) .


O Professor Hart publicou mais de 60 papers e é autor e editor de 6 livros, com mais de 4.500 citações no Google. Seu trabalho vem sendo apresentado em importantes publicações didáticas, inclusive na Academy of Management Review, Academy of Management Journal, Strategic Management Journal, Journal of International Business Studies, and Management Science, como também em periódicos de grande expressão como: Harvard Business Review, Sloan Management Review, Stanford Social Innovation Review, Academy of Management Executive, Strategy+Business, and Foreign Affairs. Escreveu o artigo original “Beyond Greening Strategies for a Sustainable World”, com o qual ganhou o prêmio McKinsey de melhor artigo da Harvard Business Review, em 1997, que contribuiu para o lançamento das bases do movimento de sustentabilidade corporativa. Juntamente com o Dr. C.K.Prahalad, Hart também escreveu o artigo que se tornou famoso, em 2002, “A Fortuna na Parte Inferior da Pirâmide”, obra que promoveu as primeiras articulações de como as empresas poderiam atender lucrativamente as necessidades de 4 bilhões de pobres do mundo em fase de desenvolvimento. Seu livro “Capitalismo na Encruzilhada” foi publicado pela editora Warton, em Março de 2005. A segunda edição do livro, publicada em 2007, incluiu um novo prefácio, escrito pelo ex-presidente Al Gore.



Stuart Hart recebeu numerosas honrarias e prêmios na área de sustentabilidade de empresas. Além do prêmio McKinsey , seu artigo “As Normas Corporativas Globais de Controle do Meio Ambiente Criam ou Destroem Valor de Mercado para as Empresas?” (com G. Dowell e B. Yeung), ganhou o prêmio Moskowitz pela relevante pesquisa no campo de investimento em responsabilidade social. Além disso, ele foi reconhecido em 1999 como “pioneiro acadêmico” pelo Instituto de Recursos Mundiais por seu trabalho de integração dos assuntos de meio ambiente e de questões sociais nos currículos de cursos de administração. Em 2002, ganhou o premio Geraldo R. Barret como membro acadêmico que mais contribuiu para o programa MBA da UNC através de bolsa de estudos e como professor e colaborador. Serviu também como consultor, conselheiro e educador na área de administração em várias organizações, incluindo Dupont, S. C. Johnson, General Electric, Baxter Healthcare, Wal Mart, World Economic Forum e a Clinton Global Iniciative. Ele é um palestrante reconhecido internacionalmente tendo feito mais de 100 apresentações ao redor do mundo como apresentador principal em eventos ligados à sustentabilidade empresarial .



Stuart Hart se graduou na Universidade de Rochester (Ciências Gerais), com mestrado pela Escola de Florestamento e Estudos Ambientais (Gerenciamento do Meio Ambiente) da Universidade de Yale, e Doutorado na Universidade de Michigan (Planejamento e Estratégia).

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Karl Marx - O socialismo e a luta de classes.


Luta de classes foi a denominação dada por Karl Marx, ideólogo do comunismo juntamente com Friedrich Engels, para designar o confronto entre o que consideravam os opressores (a burguesia) e os oprimidos (o proletariado), consideradas classes antagônicas e existentes no modo de produção capitalista. A luta de classes se expressa nos terrenos econômico, ideológico e político.

Segundo Karl Marx e vários outros pensadores como Ricardo e Proudhon, a luta de classes seria a força motriz por trás das grandes revoluções na história. Ela teria começado com a criação da propriedade privada dos meios de produção. A partir daí, a sociedade passou a ser dividida entre proprietários (burguesia) e trabalhadores (proletariado),ou seja, possuidores dos meios de produção e possuidores unicamente de sua força de trabalho. Na sociedade capitalista a burguesia se apodera da mercadoria produzida pela classe do proletariado, e ao produtor dessa mercadoria sobra apenas um salário que é pago de acordo apenas com o valor necessário para a sobrevivência desse. Os trabalhadores são forçados a vender seu trabalho por uma fração mísera do real valor da mercadoria que produzem, enquanto os proprietários se apoderam do restante. Outra característica importante do capitalismo é o conceito criado por Karl Marx da mais-valia. A mais-valia consiste basicamente dessa porcentagem a mais que os capitalistas retiram da classe do proletariado. Essa porcentagem pode ser atingida, por exemplo, aumentando o tempo de trabalho dos operários e mantendo o salário. A luta de classes, segundo Karl Marx, só acabará com a implantação do regime comunista, onde esse conflito não terá como existir pois não existirão mais classes sociais. Até os tempos atuais o comunismo ainda não foi posto em prática em nenhuma região do mundo, apesar do socialismo, que seria como uma fase de transição do capitalismo para o comunismo, já ter reinado em diversos países. A proposta mais radical é abolição do Estado e sua reorganização descentralizada em moldes federativos anarquistas.

Apesar de toda a história da humanidade, segundo Karl Marx, ter sido a história da luta de classes, a sociedade original não possuía divisões sociais. Isso se deveria ao fato de que, nesse estágio das forças produtivas sociais, não havia praticamente excedente. Todos os membros da sociedade eram por isso obrigados a participar do processo produtivo, de modo que era impossível a formação de uma hierarquia que diferenciasse as pessoas dessa sociedade. Uma das primeiras formas de hierarquização dos membros foi a divisão homem/mulher, quando os homens começaram a explorar as mulheres. A luta de classes origina-se, no entanto, no momento em que a sociedade passa a ser composta de diferentes castas.

Essa divisão dos membros em classes foi possibilitada quando as forças produtivas atingiram um certo nível de produtividade, onde o excedente já promovia maior segurança à sociedade em relação às suas necessidades. Mas, apesar de garantir uma proteção em tempos escassos, por exemplo, o excedente abriu a possibilidade do jogo político. O controle sobre o excedente se desenvolve em conjunto com a formação de uma minoria que ganha assim poder sobre todos outros membros da sociedade. Dessa maneira origina-se uma diferenciação quanto à tarefa social de cada membro. Entre as diversas classes que podem se formar, estão sempre presente as classes dos senhores (não-trabalhadores) e a classe trabalhadora.

Com o desenvolvimento das forças produtivas, a devida classe dominante (diferente para cada período histórico) é posta em questão. As classes de baixo reconhecem que a regência da classe exploradora torna-se desnecessária para a continuação do desenvolvimento técnico, enquanto esta tenta, por meios oficiais, manter seu poder. Nessas épocas de desacordo entre as relações sociais de produção vigentes e o patamar técnico dos meios de produção, a probabilidade de uma revolução tende a ser maior. A antiga classe exploradora é, assim, deposta, e uma nova entra em seu lugar. Dessa maneira, a história da sociedade humana é a história de classes dominantes, uma após a outra. O Capitalismo privilegia uma sociedade dividida em classes, e simplifica a luta de classes ao separar toda a sociedade em apenas duas classes; a dominadora e a dominada.

Max Weber - A ação social.


Um dos conceitos chaves da obra e da teoria sociológica de Weber é a ação. A ação é um comportamento humano no qual os indivíduos se relacionam de maneira subjetiva e a ação social, característica por ser uma ação que possui um sentido visado e é determinado pelo comportamento alheio. A análise da teoria weberiana como ciência tem como ponto de partida a distinção entre quatro tipos de ação (que são sociais):

A ação racional com relação a um objetivo é determinada por expectativas no comportamento tanto de objetos do mundo exterior como de outros homens e utiliza essas expectativas como condições ou meios para alcance de fins próprios racionalmente avaliados e perseguidos. É uma ação concreta que tem um fim especifico, por exemplo: o engenheiro que constrói uma ponte.
A ação racional com relação a um valor é aquela definida pela crença consciente no valor - interpretável como ético, estético, religioso ou qualquer outra forma - absoluto de uma determinada conduta. O ator age racionalmente aceitando todos os riscos, não para obter um resultado exterior, mas para permanecer fiel a sua honra, qual seja, à sua crença consciente no valor, por exemplo, um capitão que afunda com o seu navio.
A ação afetiva é aquela ditada pelo estado de consciência ou humor do sujeito, é definida por uma reação emocional do ator em determinadas circunstâncias e não em relação a um objetivo ou a um sistema de valor, por exemplo, a mãe quando bate em seu filho por se comportar mal.
A ação tradicional é aquela ditada pelos hábitos, costumes, crenças transformadas numa segunda natureza, para agir conforme a tradição o ator não precisa conceber um objeto, ou um valor nem ser impelido por uma emoção, obedece a reflexos adquiridos pela prática.
Tanto a ação afetiva quanto a tradicional produzem relação entre pessoas (relações pessoais), são coletivas, comunitárias, nos dão noção de comunhão e conceito de comunidade.

Observe-se que na concepção de Durkheim, a comunidade é anterior a sociedade, ou melhor, a comunidade se transforma em sociedade. Já para Weber comunidade e sociedade coexistem. A comunidade existe no interior da sociedade, como por exemplo, a família (comunidade) que existe dentro da sociedade.

Ação social é um comportamento humano, ou seja, uma atitude interior ou exterior voltada para ação ou abstenção. Esse comportamento só é ação social quando o ator atribui a sua conduta um significado ou sentido próprio, e esse sentido se relaciona com o comportamento de outras pessoas.